(AAS 15[1923], 573.576-577) (Séc.XX)
Derramou o seu sangue pela unidade da Igreja
A Igreja de Deus por admirável desígnio foi constituída de forma a ser, na plenitude dos
tempos, semelhante a imensa família, abraçando a totalidade do gênero humano; e, por dom de
Deus, sabemos ser ela visível não só por suas notas principais, como também pela unidade
universal.
De fato, Cristo Senhor não apenas confiou somente aos apóstolos o dom que ele próprio
recebera do Pai, ao dizer: Todo o poder me foi dado no céu e na terra; ide, pois, ensinai a todos
os povos (Mt 28,18-19); mas também quis que o grupo dos apóstolos fosse em sumo grau um
colégio só, duplamente ligado por estreito vínculo: intrinsecamente pela mesma fé e caridade,
infundida em nossos corações pelo Espírito Santo(cf. Rm 5,5); extrinsecamente, pelo governo
de um só sobre todos, ao entregar o principado a Pedro qual perpétuo princípio e visível
fundamento da unidade.
Para que se mantivesse para sempre esta unidade e concórdia, Deus de suma providência
consagrou-a com o sinete da santidade e do martírio.
Este grande louvor obteve-o o arcebispo de Polock, Josafá, de rito eslavônio oriental; com toda
a razão o saudamos como honra insigne e coluna dos eslavos orientais. Com efeito, mal se
encontra quem tenha mais ilustrado o nome deles ou servido melhor a sua salvação, que este
pastor e apóstolo, mormente ao derramar o sangue pela unidade da santa Igreja. Além disto,
sentindo-se divinamente impelido à reintegração universal na unidade santa, compreendeu que
a melhor contribuição a dar seria guardar o rito oriental eslavônio e o monaquismo basiliano na
unidade da Igreja universal.
Entrementes, solícito em primeiro lugar pela união de seus concidadãos com a cátedra de Pedro,
buscava por toda a parte com empenho todos os argumentos que pudessem promovê-la ou
confirmá-la. De modo especial, folheava assiduamente os livros litúrgicos usados pelos
orientais e pelos dissidentes, segundo as ordenações dos santos padres. Preparado tão
diligentemente, iniciou o trabalho de refazer a unidade, com tanto vigor e suavidade e com
tanto êxito, que pelos próprios adversários foi chamado de “raptor de almas”.
Fonte:
Liturgia das Horas
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