13/02/2013

Paramentos do Papa



Tiara 

A origem da tiara papal é incerta. Os historiadores concordam que trata-se de uma lenda a afirmação que o Papa Silvestre I (314-335) recebeu a tiara do Imperador Constantino como um sinal da liberdade e paz na Igreja. Segundo M. Pfeffel, Clóvis I ofertou ao Papa Símaco a tiara papal na igreja de São Martinho, em Tours no século V. Porém um ornamento branco usado na cabeça do papa é registrado pela primeira vez apenas na biografia do Papa Constantino no século VIII no "Liber Pontificalis". Essa cobertura é chamada de camelaucum ou phrygium. De acordo com James Noonan-Charles e Bruno Heim[16], a mais baixa das três coroas apareceu na base da chapelaria branca tradicional dos papas no século IX, quando os papas assumiram efetivamente o poder temporal nos Estados Pontifícios, a coroa da base foi decorada com jóias para assemelhar-se as coroas dos príncipes. Assim, esta cobertura de cabeça passou a se chamar Regnum. O termo “tiara” é citado pela primeira vez na biografia do Papa Pascoal II, no Liber Pontificalis, em 1118.
Bruno Heim sugeriu que uma segunda coroa foi adicionada pelo Papa Bonifácio VIII em 1298, na época do confronto com o Filipe, o Belo, Rei da França, para mostrar que a sua autoridade espiritual era superior a autoridade civil, assim a tiara passou a ser denominada de Biregnum. No entanto, um afresco da Capela de São Silvestre (consagrada em 1247) na igreja do Santi Quattro Coronati em Roma representa um Papa vestindo uma tiara de pano com duas coroas, o que indica que o Biregnum tem uma origem anterior.
Os historiadores divergem quanto à data e quem acrescentou à terceira coroa,
com a qual a tiara passou a ser denominada de Triregnum. São sugeridos os papas João XXII[14] (1316-1334), Urbano V (1362–1370), Clemente V (1305-1314), Bento XI (1303- 1304), ou Bento XII (especificamente em 1334).

Pálio

Há muitas opiniões diferentes a respeito da origem do pálio. Alguns autores julgam-no originário de uma investidura feita por Constantino Magno ou um de seus sucessores; outros consideram-no uma imitação do efod hebreu. Outros afirma que sua origem é o manto de São Pedro, símbolo de seu ofício de pastor supremo.
O pálio romano era um simples cachecol dobrado e fixado no ombro esquerdo.
Na origem o pálio e o omofório eram a mesmo veste. O omofório é uma faixa larga de pano, muito maior do que o pálio moderno, usado por todos os bispos Ortodoxos orientais e por bispos Católicos orientais do Rito Bizantino. A teoria que explica sua origem em relação à figura do Bom Pastor que carrega a ovelha em seus ombros, é posterior à arte cristã antiga,na qual este é um tema comum.
O cerimonial e preparação do pálio e sua imposição nos ombros do papa, no dia da cerimônia de inauguração de seu pontificado retoma este simbolismo. Outros, ainda, dizem provir o pálio do manto litúrgico dos antigos papas, que no decorrer do tempo, foi dobrado na forma de faixa. Também há quem afirme que deriva ele do costume de dobrar o manto-pálio ordinário, uma vestimenta romana dos tempos imperiais; e ainda, uma hipótese diz ter sido introduzido diretamente como veste litúrgica papal, que de início não era estreita, mas de forma oblonga que, depois, foi dobrada.
Estas várias hipóteses foram exaustivamente estudadas por Braun ("und Oriente de Gewandung im Occident liturgische," sect. iv, ch. iii, N. 8). Ligá-lo à investidura do imperador, ao ephod do sumo-sacerdote judeu, ou ao fabuloso manto de São Pedro, é inteiramente inadmissível. A opinião correta parece ser a de que o pálio foi introduzido como uma insígnia litúrgica do papa, e é improvável que tenha sido adotado como imitação de algo.





Origem
A mitra pontifical é da origem romana, sendo derivada de uma cobertura de cabeça não litúrgica, exclusiva do papa, o camelauco, do qual também teve origem a tiara. O camelauco era usado antes do século VIII, como se relata na biografia do Papa Constantino, no “Liber Pontificalis”. O nono ‘’Ordo’’ indica que o camelauco era confeccionado de um material branco e tinha a forma de um capacete. As moedas dos papas Sérgio III e Bento VII, em que São Pedro usava um camelauco, dão a este a forma de um cone, que é a forma original da mitra. O camelauco foi usado pelos papas principalmente durante as procissões solenes. A mitra evoluiu do camelauco, no curso do décimo século X, quando o papa começou a usar a mitra durante procissões à igreja e também durante o serviço religioso subseqüente. Não se pode afirmar que tenha havido alguma influência do ornamento de cabeça sacerdotal do sumo sacerdote do Antigo Testamento. Foi só após a mitra estar sendo universalmente usada pelos bispos, é que se levantou a hipótese dela ser uma imitação da cobertura de cabeça sacerdotal judaica.
Janice Bennett, em seu livro “Sacred Blood, sacred Image” , cita uma tradição seguida por Tadeu de Edessa, de que no cristianismo, a mitra desenvolveu-se a partir da prática de São Pedro colocar o Sudário em sua própria cabeça, como símbolo de um ministério curativo. Tal fato não encontra nenhum respaldo histórico ou teológico. Desde o século XVII tem se escrito muito sobre em que tempo a mitra começou a ser usada na liturgia. Alguns autores crêem que seu uso é anterior aos tempos apostólicos, portanto anterior ao cristianismo. Segundo outros, remonta aos séculos VIII ou IX. E uma terceira corrente afirma que ela surgiu por volta do início do segundo milênio, sendo que antes era usado um ornamento para a cabeça na forma de grinalda ou coroa. O certo é que um ornamento episcopal para a cabeça, na forma de uma faixa, nunca existiu em Europa ocidental, e que a mitra foi usada primeiramente em Roma por volta da metade do século X, e fora de Roma no ano 1000. A prova Exaustiva para isto é dada no trabalho "Die liturgische Gewandung im Occident und Orient" (pp. 431-48), onde todas as teorias da origem da mitra são estudadas. A mitra é descrita para a primeira vez em duas miniaturas do começo do século XI; uma destas miniaturas está em um registro batismal, a outra num pergaminho do Exultet, da catedral de Bari, Itália. A primeira referência escrita sobre a mitra é encontrada numa bula de 1049, do Papa Leão IX. Nesta o papa, que tinha sido anteriormente bispo de Toul, na França, confirmou a primazia da igreja de Tréveris ao bispo Eberardo de Tréveris, anteriormente seu metropolita que o tinha acompanhado a Roma. Como um sinal desta primazia, o Leão IX concedeu ao bispo Eberardo a mitra romana, a fim de que pudesse a usar de acordo com o costume romano, ao executar os ofícios da igreja. Pelos anos 1100 a 1150, o uso da mitra já havia se generalizado entre os bispos. Os cardeais já usavam a mitra no fim do século XI, provavelmente tendo adquirido este direito na primeira metade daquele século. Leão IX concedeu este privilégio aos cônegos da catedral de Besançon, em 1051. Os cardeais, certamente, gozaram deste privilégio, anteriormente a esta data. A primeira concessão de uma mitra a um abade data do ano 1063, quando o Papa Alexandre II concedeu a mitra ao abade Egelsino, na Abadia de Santo Agostinho, em Cantuária. Desde então as concessões aos abades foram aumentando até se generalizarem. Também aos príncipes cristãos foi concedida, às vezes, a permissão usar a mitra, como uma marca da distinção; por exemplo, o Duque Wratislaw, na Boêmia recebeu este privilégio do Papa Alexandre II; Pedro de Aragão recebeu de Inocêncio III. O imperador alemão também gozou deste direito.


Solidéu

Na Igreja Católica o solidéu foi adotado inicialmente por razões práticas — para manter a parte tonsurada da cabeça aquecida em igrejas frias ou úmidas — e sobreviveu como um item tradicional do vestuário clerical. Ele consiste de oito partes costuradas, com um pequeno talo no topo. Todos os membros ordenados da Igreja Católica podem usar o solidéu. Como grande parte da indumentária eclesiástica, a cor do solidéu denota o grau hierárquico de quem o usa: o solidéu do Papa é branco, o dos cardeais é vermelho e designa-se por barrete cardinalício, e o dos bispos, abades territoriais e prelados territoriais é violeta.
Monsenhores usam solidéu negro com algumas linhas violeta. Padres e diáconos usam solidéu negro, embora o uso do solidéu por padres (com exceção dos abades) seja extremamente raro, e ainda mais raro entre diáconos. Todos os clérigos que possuem caráter episcopal, retêm o solidéu durante a maior parte da missa, removendo-o no início do cânon e recolocando-o depois de concluída a comunhão. Os demais clérigos não podem usá-lo senão fora da liturgia.



Originalmente, o báculo pastoral servia como bastão para as evangelizações, enviadas pela Igreja; no século V se encontra em uso por alguns abades e Santo Isidoro de Sevilha, em 633, em um decreto do IV Sinodo Toledano, o descreve como emblema da jurisdição dos bispos.
Interessante é observar que os Sumos Pontífices não portam o báculo pastoral como insígnia papal: o motivo refere-se a uma lei do século X, reportada por São Tomás de Aquino, segundo a qual o bispo de Roma não tem o báculo pastoral porque Pedro enviou o seu para ressucitar um dos seus discípulos. Isto para significar que o seu poder não tem confinamento, já que o anelado dobrado significa uma limitação dos poderes.


O primeiro registro do uso do anel do Pescador, foi pelo Papa Clemente IV, que o utilizou como um selo na carta para seu sobrinho Pedro Grossi em 1265, que foi usado para fechar toda a correspondência privada, pressionando o anel no lacre de cera vermelha derretida em um envelope. Os documentos públicos, pelo contrário, são selados pelo Brasão papal. Esses documentos foram historicamente chamado bulas papais, carimbadas com chumbo.
A utilização do Anel do Pescador foi alterada durante o século XV, quando foi usada para selar documentos oficiais. Essa prática foi abolida em 1842, quando a cera para a impressão do anel foi substituída por um carimbo com tinta vermelha.












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