Deve ser sentido como elemento congregador da assembleia e marcar o sentido da
celebração do dia.
A Missa começa, verdadeiramente, quando todos, de pé, esperam a entrada do
presidente da celebração.
A reverência ao altar
O altar é o sinal de Jesus Cristo presente no meio da comunidade (daí a importância da
inclinação perante ele e do beijo do(s) celebrante(s).
Sinal da Cruz e saudação inicial
a assembleia está reunida.
De seguida, a saudação inicial do presidente exprime a presença de Deus (Uno e
Trino) no interior da assembleia:
«Em nome do Pai…» - significa, precisamente, em que qualidade e em nome de quem «A graça de N.S.J.C….»; a que a assembleia responde: «Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo».
É uma forma ritual com poucas variantes, porque não é uma saudação de mera
cordialidade humana, mas realizada em nome de Deus. Trata-se de um diálogo de amor entre
Deus e o homem – de Deus que vem até nós para nos elevar até Si.
Ato penitencial
Todavia, este diálogo de amor parte da verdade. Aliás, qualquer diálogo de amor deve
partir da verdade daqueles que se amam. Reconhecemos que, apesar de Deus nos abrir o Seu
coração, há uma distância infinita entre nós e Ele. E, por isso, realizamos, logo de início, um
acto penitencial.
Não é um exame de consciência. É um momento de silêncio, de preparação do
coração e da mente para o mistério a celebrar e de reconhecimento do poder salvífico de Deus.
Glória
De repente, a atmosfera de penitência dá lugar à alegria exuberante; podemos dizer,
mesmo, estrondosa. Na celebração opera-se uma reviravolta. É o canto da reconciliação, a
aproximação entre o céu e a terra, entre Deus e o homem.
Hino trinitário, por excelência, porque nesta explosão de alegria e louvor somos
envolvidos pelo Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Oração Colecta
A oração colecta encerra esta fase dos primeiros contactos entre nós e Deus.
É uma oração em que o presidente, interpretando os sentimentos, os desejos e a
vontade da assembleia, colige tudo isso numa única prece e dirige-a a Deus, em nome dessa
mesma assembleia, a qual responde
palavras exprimem.
«Ámen», expressando a sua adesão plena ao que as Liturgia da Palavra
- No diálogo entre Deus e o homem, Deus fala sempre em primeiro lugar. Na realidade, só Ele
é capaz de tomar a palavra. A nós compete-nos, apenas, replicar, responder.
- Em cada Domingo, são colocados perante nós alguns dos aspectos marcantes da obra
salvadora de Deus na história dos homens. A liturgia da Palavra assinala e concretiza o ritmo
do ano litúrgico que percorre os passos decisivos da história da Salvação. Daí, a importância
de as leituras serem bem captadas por todos.
- A liturgia da Palavra articula os 2 Testamentos e, por isso, à excepção do Tempo Pascal, a
1ª. Leitura
os casos, a 3ª. Leitura é sempre o
Tempo Pascal, a 1ª. Leitura é dos Actos dos Apóstolos, revelando as consequências da
ressurreição de Cristo, nomeadamente no que diz respeito ao surgimento e edificação
progressiva das primeiras comunidades cristãs (a Igreja).
- As
atentamente), assim como o Salmo responsorial à 1ª. Leitura.
- O
acabámos de escutar. E essa resposta não deriva dos nossos sentimentos espontâneos,
veiculados por palavras próprias, mas é feita com palavras que nos vêm da própria Escritura.
Resulta da tradição da oração do povo de Deus, que é de inspiração divina (é o Espírito Santo
que reza em nós, “com gemidos inefáveis”, como diz S. Paulo).
Por meio dos Salmos, a nossa resposta, a nossa oração, encontra-se em harmonia com a
palavra de Deus. Rezando os Salmos, entramos na oração de Jesus. São, aliás, as mais belas
orações que podemos rezar. Por eles, escapamos ao isolamento do eu, para que se faça a
vontade de Deus.
- Ao
é sempre do Antigo Testamento e a 2ª. Leitura do Novo Testamento. E, em todos Evangelho (escolhido entre os 4 evangelhos canónicos). No 2 primeiras leituras escutam-se na posição de sentado (atitude de quem ouve Salmo responsorial é um elemento lírico, poético, de resposta à palavra de Deus que Evangelho é dado um relevo especial: Colocamo-nos de pé, para ir ao encontro de Cristo; Quaresma). De qualquer forma, é sempre uma aclamação a Jesus Cristo;
É introduzido por uma aclamação própria (Aleluia, normalmente; excepto na É proclamado por um ministro próprio – diácono ou presbítero; Inicia-se com uma saudação que as outras leituras não têm; Faz-se o sinal da Cruz; Nas Missas mais solenizadas, incensa-se o evangeliário ou leccionário; - No Evangelho, é o próprio Jesus Cristo que nos fala (Deus, na pessoa do seu Filho). Ao
passo que a mensagem das outras leituras, embora seja palavra de Deus, é-nos comunicada
por um Seu intermediário (profeta, apóstolo…).
- Ao escutar o Evangelho, devemos descobrir ou captar nele a passagem, a expressão ou
palavra que entendemos nos é destinada pessoalmente e que deve ecoar em nós durante toda
a semana.
- Na Homilia, que se segue, o celebrante tratará de sublinhar aquilo que o Senhor quer dizer ao
conjunto da comunidade reunida; mas, para além disso, eu devo reter aquilo que o Senhor me
quer dizer a mim, pessoalmente.
- Um Evangelho bem proclamado é muito mais importante que a homilia que se lhe segue, por
mais bem elaborada que seja (e, isso, deve notar-se).
- A
ainda é mais importante: a leitura da palavra de Deus. Por isso, é mau sinal, ou, pelo menos,
fraco entendimento, escolher a Missa em que se participa apenas em função do pregador.
- A Homilia serve para sublinhar, para realçar os aspectos fundamentais e essenciais da
palavra escutada, ajudar os fiéis na sua compreensão e a tirar para a sua vida as respectivas
consequências; e não para evidenciar os dotes do pregador.
- O pregador fala em nome de Deus, irmão entre irmãos escolhido por Deus para falar em
nome do próprio Deus
pretexto a palavra de Deus. O pregador serve a palavra de Deus (aclara-a, enaltece-a, aplica-a
às situações concretas vividas pelos fiéis), mas nunca se pode servir da palavra de Deus.
- Segue-se a
ou Símbolo dos Apóstolos).
- É a adesão solene às verdades humano-divinas proclamadas em toda a liturgia da Palavra, e
a tomada de consciência de que a fé cristã não é, apenas, uma confiança abstracta em Deus,
mas que se refere à obra concreta de Salvação que Deus-Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo
realizaram e realizam nos homens.
- Não é uma oração individual, mas um acto de toda a Igreja, que excede as minhas hesitações
provenientes da minha pouca fé individual.
- A mesa da liturgia da Palavra conclui com a
No fim de escutar a palavra de Deus, de fazer eco dessa mesma palavra, de louvar e
agradecer a Sua obra de Salvação e expressar a sua fé no Deus, Uno e Trino, Criador e
Salvador, o povo de Deus reunido apresenta a esse mesmo Deus o mundo concreto em que
vive e as suas necessidades temporais e espirituais.
- Por ser universal, a Oração dos Fiéis deve conter, pelo menos, 4 dimensões de petição:
1) A Igreja e as necessidades da sua missão;
2) Os dirigentes da causa pública e a vida temporal do mundo;
3) Aqueles que passam necessidades, dificuldades ou sofrimentos;
4) A comunidade local e as suas necessidades e aspirações.
- O fim/objectivo essencial desta Oração é apresentar diante de Deus todos os homens e as
suas necessidades, sem pedir nada em concreto para este grupo ou aquele ou para esta ou
aquela situação muito concreta, mas, com simplicidade e caridade, recordá-los perante Deus.
Beija-se após a proclamação. Homilia constitui uma parte importante da liturgia da Palavra, mas não pode afogar a que (in persona Christi), e não para veicular opiniões pessoais, tendo como Profissão de Fé (Credo) – seguindo uma de duas fórmulas (nicenoconstantinopolitanaOração dos Fiéis ou Oração Universal. Liturgia da Eucaristia
Se a liturgia da Palavra faz com que cada celebração seja diferente da outra (leituras
diversas e diferentes), a liturgia da Eucaristia tem um conteúdo idêntico em todas as Missas – o
conteúdo que lhe dá essência e fundamento – memorial da morte e ressurreição de Jesus
Cristo. Todas as Missas, em todos os lugares e tempos, são a mesma Missa: a da Páscoa de
Cristo. E, todavia, sempre novas – já que a Páscoa de Cristo é actualizada em cada uma das
Missas.
- A liturgia da Eucaristia começa com a
momento mais de gestos do que de palavras – está-se a preparar a mesa com os instrumentos
e os dons (pão e vinho) com que Jesus Cristo se vai oferecer em sacrifício de amor ao Pai e
nos vai arrebatar, a nós, nessa oferta.
- É um momento de calma entre dois tempos fortes e intensos da Missa: um que mobiliza toda
a atenção da nossa mente e do nosso coração para escutar Deus que nos fala (a liturgia da
Palavra) e outro que vai mobilizar todo o nosso espírito em comunhão com Cristo e os irmãos
(a liturgia da Eucaristia).
- Durante a preparação dos dons, a assembleia está sentada.
- O centro da atenção da assembleia muda da mesa da Palavra (ambão) para a mesa da
Eucaristia (altar).
- A preparação dos dons no altar é o dispor deste para que se torne mesa eucarística.
Preparados os dons, o celebrante convida à
preparação das oferendas ou dos dons. É um oração preparatória do sacrifício eucarístico («Orai, irmãos…»).
- A preparação dos dons termina, efectivamente, com a
oferendas
passagem para a
- A partir daqui, a celebração eucarística torna-se praticamente só oração (coração a coração).
Esta passagem não é fácil. Aqui, já não temos o alibi da palavra contextualizada, objecto da
nossa análise e reflexão. Agora é intimidade pura de natureza vertical. Fé e abandono – a
atitude da criança confiante no colo do Pai.
- A Oração Eucarística inicia com o
que a assembleia responde em diálogo, para que os fiéis se associem a ele, sacerdote, na
oração que, em nome de toda a comunidade, ele vai dirigir a Deus-Pai por intermédio de Jesus
Cristo.
- O fim da Oração Eucarística é que toda a assembleia se una a Cristo na proclamação das
maravilhas de Deus e na oblação (oferta) do Sacrifício. O Prefácio serve para nos indicar os
motivos da acção de graças (há diferentes Prefácios, consoante os aspectos específicos do
mistério da Salvação que estamos, em cada um dos dias, a celebrar).
- O Prefácio culmina com a aclamação explosiva de toda a assembleia Àquele que é 3 vezes
Santo, ou seja, a santidade absoluta; e representa a glorificação ao Pai, fonte de todos os
bens. A aclamação do
mesmo e único canto de louvor. Nele e por ele, toda a criação dá graças ao Senhor.
- E o Presidente faz-se eco da aclamação da assembleia:
Santo, sois a fonte de toda a santidade…».
essenciais do mistério e da história da Salvação (que variam consoante a
- O momento central chega com a
aquelas oferendas se encham da energia divina e se transformem realmente no Corpo e
Sangue de Cristo.
dizer que não é uma oração do povo, mas uma oração que o sacerdote, in persona Christi,
dirige a Deus e nela envolve o povo em oferenda. Por isso fala no plural. Mas, na realidade, na
Oração Eucarística, é Cristo que fala à comunidade pela voz do sacerdote, e não é a
comunidade que fala a si mesma. A comunidade, todavia, tem ocasião de manifestar a sua
adesão através de algumas respostas ou exclamações que se realizam em alguns momentos
concretos previstos pela estrutura da Oração.
oração presidencial sobre as (ou oblatas), que é recitada com a assembleia toda de pé. Esta oração opera a Oração Eucarística – a maior e mais importante oração da Igreja. Prefácio. O Prefácio representa o convite do Presidente, a «Santo» representa a união da Igreja terrena e da Igreja celeste num «Vós, Senhor, sois verdadeiramente E continua a oração, invocando aspectos Anáfora escolhida). Epiclese, isto é, a invocação do Espírito Santo para que Advertência: A Oração Eucarística é uma oração presidencial. Isto quer precisamente - Após a Epiclese, vem o
dos seus discípulos e renovação e actualização dessa sua presença mo meio de nós, seus
discípulos hoje). Aqui se recorre às próprias palavras de Jesus:
o meu Sangue»,
Mim».
- Este memorial torna-se, assim, garantia da Páscoa definitiva, a qual antecipamos em cada
Eucaristia. No fundo, cada Eucaristia celebrada é memorial (memória actualizada) daquilo que
se passou, historicamente, há 2 mil anos e antecipação daquilo que se passará,
escatologicamente, na Páscoa definitiva. Isto, aliás, é bem evidente nas Orações Eucarísticas,
sobretudo na III e na IV.
- Ao memorial da Ceia, segue-se uma
obra realizada por Jesus Cristo continue em nós, que celebramos o memorial, e para que
realizemos, nós também, enquanto comunidade de crentes, aquilo que Jesus realizou.
- Todavia, ainda que acção de graças e memorial da obra salvadora, a Oração Eucarística não
esquece que a Salvação definitiva não chegou ainda e que estamos a caminho. Há um
caminho duro e, por vezes, doloroso a percorrer; e, daí, a necessidade de, na Oração, recordar
as necessidades da Igreja e do mundo. Não já de modo específico, como na Oração dos Fiéis,
mas de maneira mais geral.
- A Oração Eucarística olha, portanto, em 4 direcções: o Pai, Jesus, o Espírito Santo e a Igreja,
Condensa em si 4 formas de oração: louvor, comemoração, súplica, intercessão.
- A Oração Eucarística termina com uma aclamação final de carácter trinitário (
relato da Ceia de Jesus (memorial da presença de Jesus no meio «Isto é o meu Corpo», «Isto é a que se segue um pedido, que é um mandato: «Fazei isto em memória de 2ª. Epiclese, ou invocação do Espírito Santo, para que a Doxologia): «Por Cristo, com Cristo e em Cristo…»,
respondendo
a que a assembleia exprime a sua adesão total «Amen!». - Após a Oração Eucarística, seguem-se os
- É para este acto que conduz toda a celebração eucarística – alimentar-se do Corpo e Sangue
de Jesus Cristo (o Banquete Pascal, para o qual é convidada toda a Igreja).
- A Comunhão propriamente dita é antecedida e preparada por 3 ritos: o Pai-Nosso, o gesto da
Paz e a Fracção do Pão.
- Com o
petição o que na Eucaristia se realiza e manifestamos o desejo de tudo aquilo que se nos vai
dar sacramentalmente na Comunhão, ou seja, o pão deste mundo e o pão da vida, o reino de
Deus, o perdão de Deus, a capacidade do perdão mútuo, a libertação do mal.
- O
simpatia). Nele está envolvido o nosso compromisso de trabalhar pela comunhão e
reconciliação entre os irmãos como condição para participar dignamente na mesa do Senhor.
- Não é um gesto de reconciliação individual apenas, mas de reconciliação comunitária. Com o
gesto da paz universal que nos foi trazida por Jesus Cristo, dizemos que, sacramentalmente,
as divisões entre os homens estão superadas, mas que, na realidade concreta e histórica,
ainda não estão; mas que nós nos comprometemos a trabalhar incansavelmente para as
superar.
- A
dispersassem a dar abraços e beijos a toda a gente que se encontra nas imediações, e se o
sacerdote não se precipitasse a realizá-lo. De facto, era precisamente por este gesto que era
intitulada a Eucaristia nas comunidades cristãs primitivas. Porque ele é o ponto culminante de
toda a Eucaristia; porventura, o gesto mais simbólico de toda a celebração.
- O Pão é partido para significar que do único pão que é Jesus Cristo vai participar toda a
assembleia, isto é, ela é uma comunidade porque se alimenta do mesmo pão – Jesus Cristo.
- Enquanto se fracciona o Pão, canta-se ou recita-se o
significar que aquele pão partido é Jesus Cristo partido e entregue à morte por nós.
ritos da Comunhão. Pai-Nosso, a oração do Senhor e a oração dos filhos do mesmo Pai, convertemos em gesto da Paz tem um sentido profundo e comprometedor (não é um cumprimento de Fracção do Pão seria, ou deveria ser, um gesto muito expressivo se as pessoas não se «Cordeiro de Deus», que quer (Aqui cabe uma referência ao gesto de colocar no cálice uma pequena partícula de pão
– costume muito antigo em que em todas as Igrejas se colocava no cálice um pedaço do pão
consagrado na Missa celebrada pelo Bispo – sinal de comunhão com o seu pastor de todas as
comunidades, significando, ao mesmo tempo, que todas as Missas em todas as igrejas são a
“replicação” da Missa celebrada pelo Bispo na sede diocesana).
- Segue-se, então, a distribuição do pão, ou
procissão, se aproximam da mesa do Senhor.
- Terminada a Comunhão, deveria haver uns momentos de silêncio e recolhimento, de
interiorização e acalmia em relação à intensidade do acto da comunhão.
- O rito da Comunhão termina com a
Comunhão propriamente dita, em que os fiéis, em Oração depois da Comunhão. Ritos de Conclusão
-É o momento em que o Celebrante invoca sobre toda a assembleia, que a seguir se vai
dispersar, a força e a
cada um e na comunidade. Para que a festa do Domingo continue e se repercuta na vida
quotidiana com a graça e a paz do Senhor.
- Com estes ritos, a celebração eucarística abre-se ao exterior: torna-se missionária. Deus
abençoa e envia:
- Não há qualquer dúvida: o culto cristão não é um acto pontual e separado no interior da nossa
vida quotidiana – desemboca em compromissos concretos.
bênção de Deus, para que aquilo que se celebrou continue a actuar em «Ide em paz…».
Fonte:
Fátima, 13 de Dezembro de 2008
Diác. Acácio Lopes
Cântico de Entrada
Nenhum comentário:
Postar um comentário