O ponto de partida de Justino é que a razão ou Logos germinal é aquilo que une os homens a Deus e lhes dá conhecimento dEle. Antes da vinda de Cristo os homens possuíam como que sementes do Logos e foram capazes de chegar a facetas fragmentárias da verdade. O Logos, porém, agora,
"tomou forma e se fêz carne"
em Jesus Cristo, encarnando-se inteiramente nEle.
Referências: S. Justino:1 Apol. 32,8; 5,4.
Idem: 2 Apol. 8,1; 10,2; 13,3; 10,1.
O Logos é aqui concebido como a inteligência ou o pensamento racional do Pai; mas Justino afirmou que Ele não era distinto do Pai somente pelo nome, mas era numericamente distinto também.
Referências: S. Justino: Dial. 128,4.
Provas de que o Logos é outro que não o Pai.
Que o Verbo é outro que não o Pai pode ser mostrado:
Pelas aparições de Deus no Velho Testamento,
como por exemplo, a Abraão entre os carvalhos de Manre, o que sugere que
"abaixo do Criador de todas as coisas,
existe um outro que é,
e é chamado,
Deus e Senhor",
já que é inconcebível que o
"Mestre e Pai de todas as coisas
tivesse abandonado
todos os seus afazeres supra celestes
e se tornado visível
em um diminuto recanto do mundo".
B. Pelas freqüentes passagens do Velho Testamento,
como por exemplo, em Gênesis 1, 26:
"Façamos o homem
à nossa imagem e semelhança",
que representam Deus como que conversando com um outro, que presumivelmente é um ser racional como Ele mesmo.
Pelos textos que tratam da sabedoria, como Provérbios 8,22 e seguintes:
"O Senhor possuíu-me
no início de seus caminhos,
desde o princípio,
antes que fizesse suas obras.
Na eternidade fui concebida,
desde épocas antigas,
antes que a terra fosse feita",
já que todos concordam que o gerado é diverso do gerante.
Referências: S. Justino: Dial. 56,4; 60,2; 62,2; 129,3 ss; 61,3-7; 62,4.
O Verbo é divino.
Embora diverso do Pai, o Verbo é divino, diz São Justino:
"Sendo Verbo
e primogênito de Deus,
Ele também é Deus".
e primogênito de Deus,
Ele também é Deus".
"Assim, portanto,
Ele é adorável,
Ele é Deus", e
Ele é adorável,
Ele é Deus", e
"nós adoramos e amamos,
depois de Deus,
o Logos derivado de Deus
incriado e inefável,
vendo que por nossa causa
Ele se fêz homem".
depois de Deus,
o Logos derivado de Deus
incriado e inefável,
vendo que por nossa causa
Ele se fêz homem".
Idem: Dial. 63,5;
Idem: 2 Apol. 13,4.
As funções do Logos.
À parte a Encarnação, as funções especiais do Logos são, de acordo com Justino, ser o agente do Pai em criar e ordenar o Universo, e revelar a verdade aos homens.
Referências: S. Justino: 1 Apol. 59; 64,5; 5,4; 46; 63,10;
Idem: 2 Apol. 6,3; 10,1.
A natureza do Logos.
No que diz respeito à sua natureza, enquanto os outros seres são coisas feitas ou criaturas, o Logos é "gerado" de Deus, sua "criança" e "filho único":
"Antes de todas as criaturas",
diz ainda Justino,
"Deus gerou,
no início,
uma potência racional
além de si mesmo".
no início,
uma potência racional
além de si mesmo".
Por esta geração, entretanto, Justino não se refere à origem última do Logos ou razão do Pai, o que ele não discute; mas sua emissão para os propósitos da criação e revelação.
Esta geração ou emissão não acarreta, porém, nenhuma separação entre o Pai e seu Filho. Nós observamos em muito a mesma coisa quando um fogo é acendido de outro: o fogo do qual é acendido não é diminuído, mas permanece o mesmo, enquanto que o fogo que é acendido dele é visto existir por si mesmo sem diminuir o fogo original.
Referências: S. Justino: 2 Apol. 6,3;
Idem: Dial. 62,4; 61,1; 100,2; 125,3; 105,1; 61,2;
Idem:1 Apol. 21,1.
Fonte:
O Verbo nos Escritos dos Padres Apologistas
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