22/06/2011

Cidade de Alexandria no Egito

Em 332 a.C., o Egito estava sob domínio persa. Nesse mesmo ano, Alexandre, o Grande entrou triunfalmente como vencedor do rei persa Dario III e os egípcios aceitaram-no, aclamando-o como libertador. Há que ter em conta que no Egito havia desde há muito tempo uma grande quantidade de colónias gregas, e que portanto os gregos não eram considerados como estrangeiros.
No ano seguinte, a cidade que levaria o seu nome foi fundada no delta do Nilo, sobre um antigo povoado chamado Rakotis habitado por pescadores. A escolha do local foi muito afortunada, pois estava ao abrigo das variações que o rio Nilo apresentava, e, por outro lado, suficientemente perto do rio para para que se pudesse chegar através das suas águas às mercadorias destinadas ao porto, através de um canal que unia o rio com o lago Mareotis e o porto. O lugar escolhido ficava frente a uma ilha chamada Faros, que com o tempo e as múltiplas melhorias que se fariam ficaria unida por um longo dique à cidade de Alexandre. O arquiteto que realizou esta obra chamava-se Dinócrates de Rodes. O dique tinha um comprimento de sete estádios (185 m é a medida de um estádio), pelo que se lhe chamou Heptastadio (Επταστάδιο). A construção do dique formou dois portos, de ambos os lados: o Grande Porto, a leste, o mais importante; e o Porto do Bom Regresso (Εύνοστος), a oeste, que é o que ainda hoje se usa. Nos amplos molhes do Grande Porto atracavam barcos que tinham sulcado o mar Mediterrâneo e as costas do oceano Atlântico. Traziam mercadorias que se empilhavam nos cais: lingotes de bronze da Hispânia, barras de estanho da Bretanha, algodão das Índias, sedas da China. O famoso farol construído na ilha de Faros por Sostral de Cnido, em 280 a. C., dispunha na alta cúspide de um fogo permanentemente alimentado que guiava os navegantes, até 1340, quando foi destruído.
O arquiteto Dinócrates ocupou-se também do traçado da cidade e fê-lo segundo um plano hipodâmico, sistema que se vinha utilizando desde o século V a.C.: uma grande praça, uma rua maior com trinta metros de largura e seis quilómetros de comprimento que atravessava a cidade, com ruas paralelas e perpendiculares, cruzando-se sempre em ângulo reto. Construíram-se bairros em quadrícula. As ruas tinham condutas de água para escoamento. Administrativamente era dividida em cinco distritos, cada um dos quais tinha como nome uma das cinco primeiras letras do alfabeto grego. Quando Alexandre saiu do Egito para continuar as suas lutas contra os persas deixou como administrador de Alexandria Cleómenes de Naucratis.

O cristianismo
Uma tradição muito antiga assegura que o primeiro cristão que chegou a Alexandria para predicar a nova religião foi São Marcos. Este sucedia no ano 61 de nossa era. A mesma tradição conta que o primeiro cristão convertido foi Aniano, de ofício, sapateiro. São Marcos curou-lhe a ferida de uma mão e ao mesmo tempo falou-o do significado do cristianismo. Desde esses tempos de predicação, os cristãos de Alexandria e do resto do Egito mantiveram uma grande tradição evangélica. São Marcos foi perseguido sob o mandato do imperador Nero que no ano 62 foi martirizado e morto. Desde então até a época do imperador Trajano (começo do século II), os cristãos tiveram que ocultar suas crenças, ameaçados pelas perseguições. A partir deste momento se permitiu com tolerância estender-se por toda a cidade de Alexandria e pouco a pouco, ao longo de todo o vale do Nilo. No século II, Panteno e, posteriormente, Clemente de Alexandria e seu discípulo Orígenes estabeleceram nesta cidade um verdadeiro seminário de teólogos, até tal ponto que o resto da cristandade os olhava com certo receio. É o que se conhece como Escola Catequética de Alexandria. Ao chegar o século IV, com o imperador Constantino I o Grande; existiam graves dissenções cristãs no Norte da África e em Alexandria. As tensões com o resto da comunidade cristã conduziram ao cisma com a aparição demasiada do presbítero Ário e sua doutrina o arianismo. Por esta razão, o imperador convocou o concílio de Niceia, onde se estabeleceram as bases do credo (declaração resumida da fé cristã).
Por outra parte, se desencadeou uma aberta rivalidade entre as duas cidades mais importantes do momento: Constantinopla e Alexandria. Esta rivalidade afetou bastante aos eternos debates teológicos sobre a natureza ou naturezas de Cristo. Era a “guerra” entre os monofisitas e os ortodoxos da Calcedônia.
Porém as lutas e disputas entre cristãos continuaram sem retificação e já no século VI, no ano 553, no segundo concílio de Constantinopla, com o imperador romano Justiniano I à frente, foi declarada herética a ortodoxia dos cristãos de Alexandria que seguiam enfrentando aos cristãos de Calcedônia. Nos últimos anos de mandato deste imperador, os monofisitas da Síria começaram a organizar sua igreja separada do resto dos cristãos, com uma estrutura própria. Quando o povo árabe muçulmano chegou ao plano de conquista do Egito no ano 641, deram o nome de qubt ao cristão de Alexandria. Esta é a palavra que conhecemos como copto. O símbolo da cruz de Cristo começou a se usar em Alexandria, entre os cristãos coptos. Foi um costume que nasceu ali; o qual se sabe que não existia nas catacumbas nem no lábaro de Constantino que levava um cristograma.

Fonte: Wikipédia

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